quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ne me quitte pas

Eu estava com raiva. Dele. Com ódio, mas não podia matá-lo. Nem me matar por sentir o que eu sentia, então resolvi sair, resolvi fugir, ir para bem longe, num lugar onde ninguém pudesse me encontrar...

Salto alto, preto, lindo... Ele teria achado sexy, mas não, não era pra ele... Estava escuro, não dava pra ver meus olhos vermelhos. Ah... eles são todos idiotas... O jeito de olhar era patético... Ao menos não se parecia com ele, embora tivesse o que eu queria... Ah, e como tinha... Mas quis saber meu nome, então tive que fazê-lo desistir da ideia... Que pena... era até bonitinho...

Espartilho e salto alto, preto, olhos vermelhos. Irresistível. Escuro. Olhares de cobiça – meus. Gravata e perfume de grife – adoro... Delícia... Mas quis saber de onde venho... estava tão quente e de repente ficou frio, gelado. Voei pra longe... Ah, como eu gosto disso!

Mas e ele? Sem mim deve estar quase morrendo... Só eu sei dar o que ele quer!

Escuro, sempre e ainda quero. Ainda estava quente, bem quente... Pra quê tanto desejo? Estava quente, bem quente, tanto que percebi mãos frias, firmes. Fingi gostar, mas o desejo – não o meu – era tanto que não resisti. “não dá pra contar quem sou, se contasse teria de matar você!” Se eu não quiser contar também... Mãos geladas... Prazer... Adoro isso!

Mas e ele? Logo vem me pedir perdão. Eu sei.

Um comentário:

  1. "Marrapaiz", que textos bons! Gostei de ambos, sobretudo desse segundo.
    Ah, aqui é o Flávio. Olhei o outro texto naquele dia que você me disse na UECE, olhei de novo agora e nao resisti ao impulso de comentar. Parabéns pelos textos.
    A proposito, lembra que eu disse que também tinha uma paginazinha de textos? Pois é. O endereço é http://www.crimideia2.blogspot.com
    Dá uma olhada lá se tiver tempo. Até mais.

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