quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Poesia

Tem que ser meio poeta para olhar a vida e não se desesperar com ela, ou se desesperar talvez, e chorar num lamento ou rir num frenesi, mas sim, tem que ser meio poeta para enxergar nas pessoas qualquer traço do sublime, do belo, para perceber na multidão uma porção de nuances, de histórias as mais fascinantes, para notar num relance que uma criança está sorrindo (e elas sempre estão sorrindo).

Tem que ser meio poeta para olhar no olho, dar um abraço, apertar a mão. O toque é a demonstração de que um corpo precisa do outro. Tem que ser meio poeta para sentir isso, para precisar disso. Sim, tem que ser meio poeta para amar as pessoas. Não o amor egoísta do "eu te amo", mas o amor mais bonito que diz: "estou aqui" e: "quer ajuda?". Tem que ser meio poeta porque tudo é tão mais simples, tudo uma hora se resolve. Há que se acreditar nisso para viver.

Tem que ser meio poeta para lamentar as desgraças do mundo, para se alegrar nas conquistas dos outros. Tem que ser meio poeta para acreditar que há mais, muito mais, e que aquilo que se vê é distorcido. Tem que ser meio poeta para entender que sempre existe um lado bom, e que nem tudo acaba quando acaba: sempre tem alguma coisa começando.

Bruna Girão

Um comentário:

  1. Olá Bruna, quanto tempo não nos vemos. Pois é, têm que ser meio ser humano para aprender e apreender tudo isso que você disse nessas linhas aglomeradas de palavras, vírgulas e pontos. Grande abraço!!!

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